sexta-feira, julho 15, 2005

Aqui me tendes subcelência



Aqui me tendes subcelência, de boa fé, no trato e mensagem que ora aqui vos dedico.
De vosso nome Alberto, como outros vos considerais dessa ilha, rei ou príncipe, ainda que da república alimenteis farta a vossa barrigança e encheis o vosso odre.
De nome João, não vos reconheço o santo, que na imagem procurais no íntimo remeter-vos, pois que do Demo mais próximo vós estais.
De Jardim, nem odor nem formosura vos assiste à imagem de flor, que nenhuma destas se toma tal semelhança em tão má figura.
Em título de doutor vos consentis senhor, inda que para vossa resignação, mui magra classificação tenhais obtido em continental universidade. Consciente decerto que se carregado de escrituras qualquer asno com doutor se parece, qualquer doutor com vossa doutrina com asno se confunde.
Em terra de boa uva e vinho vos encontro senhor, e que dos mesmos dais boa prova, seja nas falas como nos termos e propósitos que as faces e apêndice nasal vos ousam denunciar. Da comida igual elogio vos têm essas terras e mar, já que o vosso porte das boas carnes em testemunho se encontra e das lapas e mariscos o apego ao poder e o vosso intelecto, iguais se acham.
Ilude-vos senhor a capacidade de conseguir juntar poucas mais que algumas palavras para, em vil atitude, insultardes outros que insulares não sejam. Já Sir Darwin identificara que os mais raros seres em ilhas apraz encontrar, inda que na teoria da evolução, dificilmente vos reveja, que não seja por copos e talheres saibais usar sem vos ferirdes.
Vos reconheço todavia na ira e nas injúrias, que a amiúde lançais aos restantes, e que espero que tal intenção nunca a vós próprio arremesseis, pois que muito tempo e insultos vos faltariam para justamente vos qualificardes e espelho algum se aprontaria a tal disposição.
Contudo, vos aplaudo senhoria, em fartos e bebidos entreténs, com que divertis os vossos súbditos, onde na lucidez e embriaguez tendes a assistência sobre vós indecisa, embora não menos divertida, em aplausos com que vos iludis senhor, qual bobo de corte fantasiada nos cortejos de um Carnaval eterno.
A alma me dói senhoria, pelas crianças da vossa ilha em ganhos de turistas com alguns de má fama, que na vossa atenção não encontro, que a insultos não vos vejo em demanda os pedófilos nem pederastas, que contra estes não vos oiço a voz. Saiba isso Deus porquê, que o receio da resposta me faz temer perguntar.
Saiba assim vossa mercê, que em virtudes não vos encontro e que na vil arrogança que tendes pelos demais, por vós em igual cagança me encontrais como a muitos mais.
Triste povo, que sem razão, se junta qual bando a tal figurão.

2 comentários:

Anónimo disse...

Subscrevo inteiramente o que foi dito; o Sr Alberto João Jardim é das pessoas que pela sua sobranceria e pela sua prepotência me revolta completamente.Não entendo como o povo da Madeira, independentemente da obra que possa ter feito quase lhe rende homenagem.Por mais pobreza cultural e necessidade financeira que exista as pessoas não são estúpidas mas comportam-se como carneiros e estupidamente, infelizmente.Esse senhor, com o poder que adquiriu, como se de um rei se tratasse, alguma obra naturalmente já fez, mas isso não tem que admirar ninguém, pois não fez mais que a sua obrigação.Revolta-me igualmente o facto de continuar a ser aceite no partido a que pertence e no lugar que ocupa o que se compreende apenas por duas razões : interessa pelos votos que capta e porque existem muitos outros que sendo diferentes, são iguais ou piores que o dito senhor ( " a politica é preenchida por meia dúzia de cidadãos decentes e trabalhadores e por um milhão de aproveitadores, hipócritas e sem escrúpulos " ).

Um abraço Rui

MR

SDF disse...

Bravo! Bravo! Bravo!
Ha muito tempo que não lia um texto tão artisticamente bem escrito. Ora aqui está um exemplo do que é a arte de expor a verdade nua e crua com a classe e a subtileza do humor inteligente. Faz-me lembrar obra literaria de tempos aureos lusitanos: As cantigas de escarnio e maldizer, verdadeira arma de critica social na mão dos iluminados autores da época.

Um verdadeiro texto de "capa e espada". TOUCHÉ!

Adorei e evidentemente que subscrevo o conteúdo na íntegra!