quarta-feira, agosto 30, 2006

Débito ou défice de inteligência

Acabei de receber uma carta enviada pelo Centro Hospitalar das Caldas da Rainha com uma Nota de Débito, a reclamar pagamento de taxa moderadora correspondente ao episódio de urgência, efectuado no hospital daquela localidade.

Até aqui tudo bem, o "sistema" funcionou aparentemente bem, se não fora:

Aquando do dito episódio, e no final do mesmo, dirigi-me ao balcão para, não só carimbar receitas como para validar de que não havia nada pendente do processo, ao que me disseram que não, e consequentemente vim-me embora, tranquilo embora frustado com 3 horas de espera na companhia dos poucos utentes que estavam presentes (aparentemente apenas 1 ou 2 médicos estavam a atender num ritmo, no mínimo, suspeito).

A referida Nota de Débito, acresce no ridículo, da solicitação que o pagamento seja efectuado no local (que não é o meu local normal de residência) no prazo de quinze dias (já supõem a minha disponibilidade logística para o efeito) e nos dias úteis entre as 9h e as 12h30 e 14h e 16h, ou em alternativa, por meio de cheque ou vale de correio.

Pelos vistos, "eles" até já têm tudo previsto. Só que o montante a pagar é de 1,55€, ou seja, repetindo o extenso da missiva (talvez até eles tenham reconhecido o ridículo da situação), "um euro e cinquenta e cinco cêntimos".
Isto é, alguém cuja função é a de assinar aquelas missivas, num gatafunho que de nada serve e apenas denuncia talvez a vergonha, pelo menos de assinar esta, gastou e pretende que eu gaste também, uma quantia bem superior àquela que, não só, o hospital não soube cobrar, ou que subsequentemente vem reclamar, incorrendo em custos adicionais estupidamente superiores.

Fiquei sem saber se no Ministério da Saúde, a missão de assinar / gatafunhar Notas de Débito faz parte de alguma carreira profissional em especial, ou se a função pretende que seja "raciocinar" e agir em conformidade com a análise criteriosa do documento que se está a assinar.

E ainda dissem que os burros estão em vias de extinção ...

3 comentários:

Zeca disse...

Um retrato do país onde nos encontramos, e logo a saúde que é o mais importante em qualquer sociedade minimamente evoluida, enfim o que havemos de dizer? Simplesmente pagar que é para isso que servem os portugueses. Gostei da maneira como foi abordado o problema.
Um abraço

Maria Carvalho disse...

Os burros estão a extinguir-se??!! Ninguém diria. Caricato, no mínimo. Beijos, Rui.

Rosario Andrade disse...

Bom dia Rui!
... entao nao sabes? os burros sao agora uma espécie protegida!
Bjico