quinta-feira, junho 16, 2005

Homenagem

São poucas as vezes que reconhecemos que alguém seja capaz de nos definir e mais raras ainda, as que admitimos terem sido feitas de forma arrebatadora e com encanto.
Porém da escassez surgem por vezes os que ousam alcançar o que aos demais o destino na sua divina ironia proibe e assim fazem colorir o cinzento de descrever alguém.
Assim aconteceu com alguém quando em desafio a actos comuns, me enviou o seu entendimento, em forma e saber, que a não menos que simples homenagem me obriga.
Este poema há-de acompanhar-me sempre. Parabéns Laura.

DESERT-SHADOW

És a sombra que erra no deserto em busca de Almas
Vestes as roupagens de qualquer passante
És o mimo de todos os gestos e esgares
Tens as dimensões que a luz te confere
Tanto és gigante como anão
És uma réplica alimentada pela luz.

A lágrima salgada que cai no rosto, não é tua!
A gargalhada solta a plenos pulmões, não foste tu que a criaste!
A dor, a alegria e todas as formas de emoção, não as sentes porque não são as tuas!

Sombra errante do deserto que caminhas sob um sol escaldante
Deixa que os teus passos te guiem para um qualquer oásis
Despe o manto onde escondes os teus medos
E nessa caminhada procura o teu verdadeiro rosto
Funde a tua sombra com o teu SER
Sê apenas e tão somente sombra de ti próprio!

Laura, 10-10-2002

Sem comentários: