Quando alguns ajudam muitos
Há algum tempo, a impossibilidade de encontrar um lar para a minha mãe, em moldes financeiramente sustentáveis, levou-me a descobrir uma instituição IPSS (Instituição Pública de Solidariedade Social), neste caso a Santa Casa da Misericórdia da Venda do Pinheiro, para fazer face ao orçamento familiar limitado e à falta de vagas em lares com apoio da Segurança Social, designadamente no Lar da Santa Casa da Misericórdia de Mafra (única com lar na região mais próxima), local onde o internamento da minha mãe iria proporcionar as condições que ela desesperadamente necessita e onde eu igualmente poderia acompanhá-la e apoiá-la como sempre fiz e continuo a fazer, embora com enorme esforço.
Embora prevenido com comentários de amigos sobre a Santa Casa da Misericórdia da Venda do Pinheiro, foi grande a surpresa quando constatei o que alguns fazem por muitos, mesmo com o apoio de poucos.
Sempre pensei que as "Santas Casas" eram uma só organização, com largos proveitos directos ou indirectos, resultantes das receitas do Totobola, Totoloto e outros jogos de azar.
Com efeito, esta instituição desenvolve uma actividade que visa pessoas carenciadas das várias faixas etárias, desde crianças a idosos, contando para isso de vários profissionais e voluntários, que conjuntamente asseguram serviços de cuidados personalizados, que vão desde o acompanhamento e ocupação de tempos livres, até à higiene pessoal e cuidados de conforto, passando pelo tratamento de roupas, entre outras actividades de igual importância e utilidade.
Se me surpreendeu o âmbito da actuação da instituição, mais me surpreendeu o empenho dos profissionais e voluntários envolvidos face aos meios e apoios disponíveis. A exemplo, a forma cuidada e atenta com que tratam os idosos (e a minha mãe é uma das pessoas) e o benefício destes pela dedicação daqueles.
Apesar de o Estado (que na verdade somos todos nós, mas que apenas uns quantos administram) ter a co-responsabilidade em garantir aos idosos que estes tenham as condições necessárias a uma existência condigna, a verdade é que são instituições como esta, que a troco de nada ou por mera consciência social, operam verdadeiros milagres em situações que muitos teimam em ignorar, distraídos com os plantéis dos clubes de futebol e com as candidaturas à presidência da república de quem pouco ou nada se parece importar com as situações aqui em causa.
Por tudo isto e o muito mais que aqui não cabe em palavras, o meu obrigado, a minha admiração e a minha disponibilidade para com os que na Santa Casa da Misericórdia da Venda do Pinheiro e outras instituições congéneres, tornam a vida de muitas pessoas, mais digna e mais confortável. Para muitos eles são os amigos e a família adoptada, que diariamente lhes leva alimento para o corpo e para a alma.
Por tudo isto, vale a pena:
- Estimular as empresas a concederem donativos (existem benefícios fiscais para o efeito);
- Ser-se sócio daquela instituição;
- Contribuir com donativos ou bens que sejam necessários;
- Prestar todo o apoio e divulgar aquela instituição e a sua obra.
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