Cara de pau
Apesar de não ser apreciador de futebol, confesso que o tema que aqui comento, me despertou especial atenção, senão vejamos:
- O treinador do FCP, Co Adriaanse, diz que se os adeptos não o quiserem, basta exibirem lenços brancos ou assobiarem, que ele entenderá a mensagem e abandonará o seu posto no clube.
- A seguir, no jogo SLB - FCP em que o primeiro derrota o segundo, adeptos deste envergando camisolas do clube, exibem ostensivamente lenços brancos.
- No final do jogo, Co Adriaanse diz que nunca disse que se iria embora se os adeptos acenassem com lenços brancos e que não viu adeptos do FCP com lenços brancos, mas sim, adeptos do SLB, mantendo-se no seu posto.
O incidente nem teria tanta importância se não nos tivéssemos já habituado a ver o dito por não dito, diariamente, onde dirigentes, treinadores, jogadores, árbitros e adeptos se pavoneiam em discursos amolgados e velhos, disfarçados de renovadas esperanças para consumo geral e proveito de alguns, tudo isto, condimentado com plena falta de vergonha de quem pôe a cara diante de um público tristemente apático.
É preciso ter cara de pau para, com uma integridade gelada, derreter-se no calor dos interesses e na falta de vergonha do esvaziar de valor sobre a palavra que se dá.
Quanto vale a nossa palavra ? Quanto vale a mentira ? Quanto vale a honra ?
No futebol, muito pouco, de certeza.
"Um homem sem palavra é um homem sem alma. Um homem sem alma, não chega sequer a ser Homem"
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