sexta-feira, novembro 25, 2005

Vazio

Faz hoje um mês que publiquei o último artigo. Faz hoje um mês que o vazio tomou a forma da incapacidade de dizer e escrever algo com sentido, qual final de viagem que termina num adormecer que não dá descanso nem quietude.
Foi longa a viagem após ano e meio, e duros os dias e as horas que se sucederam em catadupas de episódios onde não faltou a solidão, o sofrimento e a má vontade que caracteriza os que angelicalmente infernizam a vida a quem por vezes tanto devem.
Foram tempos, onde a ignorância dos factos condecorou falsos juizes, mais apressados em acusar que julgar, em orgias de maldade.
Foram tempos, onde apenas a dignidade e a hombridade renitentes, sustentaram intransigentes, cada momento para dar lugar ao seguinte, sempre igual ao anterior.
Foram tempos onde conhecidos, amigos e inimigos se denunciaram em quem se alheou, em quem acompanhou e em quem virou as costas.
Relembro com apreço alguém em particular que em face dos anos convividos, não hesitando se colocou ao lado, confiante no discernimento que o mérido demonstrado durante anos, não permite duvidar aos que premeiam os mesmos princípios de justiça, que apenas a afinidade de cunhado, me impede de chamar de irmão, de quem, fartos ensinamentos o destino me concedeu.
Resta portanto, deixar que o pó que por despeito outros levantaram, assente, sepultando os acólitos do mal, tornando mais fértil o caminho por onde a dignidade caminha.
Resta portanto, deixar aos deuses a justiça que os homens não sabem fazer.

Dedico este artigo ao meu cunhado, com quem tenho a honra de partilhar uma profunda amizade e princípios de vivência e com quem tenho aprendido muito ao longo destes anos, tendo-se tornado para mim, uma referência de dignidade e de justiça. É de facto, e tem sido, uma das pessoas mais importantes na minha vida e de quem mais gosto, o que espero, se venha a estender ao meu filho, como eu gosto do meu sobrinho.
Obrigado Anselmo, fizessem os deuses de ti, o irmão que eu gostaria de ter.

3 comentários:

SDF disse...

Bela homenagem, Rui.

Um dia de cada vez, ok? Um dia de cada vez para voltares a encher a pouco e pouco esse teu peito que abarca o coração do universo.

Anónimo disse...

Rui, meu amigo, tens provado no dia a dia, de há muito tempo a esta parte, que és um bom ser humano.Aparte outras qualidades esta é a que para mim basta; basta para que me sinta bem pelo facto de te ter como amigo, e mais.... também fico satisfeito pelo que sentes e achas de mim.
"Exijo-te" que continues a contar comigo e " faz-me o favor de seres feliz ".
Bem hajas.
Um grande abraço
MR

Maria Carvalho disse...

Uma homenagem é isso mesmo. Palavras simples com um valor que ultrapassa a Vida! Isto é uma homenagem a que tu fizeste agora! Beijinhos