quinta-feira, junho 30, 2005

O ano do Rato

Poucas vezes recebi e-mails que em poucas palavras mostrem o que realmente vale a pena dizer ou mostrar.
Convido vivamente a assistir a escassos 4 minutos de essência pura.
Obrigado.

(para ver basta clicar no título deste artigo)

terça-feira, junho 28, 2005

O nascimento de um príncipe (Rui Pedro)



Bem haja o dia décimo segundo do mês do Sol do ano terceiro do milénio segundo, em que te vi, meu príncipe.
Bem aventurados os deuses que no ventre de tua mãe se juntaram ao criar o momento mais feliz e o mais desejado de existires.
Calma me está a alma, ao cantar-te e descansado está o corpo das lides que a sorte impôs no caminho.
Soem trombetas que o teu rir te abafe o choro, brilhe o sol do teu olhar que a Lua inveja e corra o vinho que me embriaga com o teu jeito.

Sujeito-te nos braços e inclino-me diante que te inspire e em cuidados Ísis te seja farta.
Assim Sekhmet me assista em proteger e guiar-te em conheceres a felicidade que sinto por ti.
Ande contigo Bastet e se sinta Tauret reconhecida por haveres nascido.
Verta sobre ti, Ptah a sua força que Thoth molde no saber e inspiração.
Bem aventurados te sejam os caminhos que Neit conceda e a temperança te seja companheira como Maat na justiça nos pensamentos e acções.
Te seja conhecida a força e vontade com Anúbis que nos resultados e recompensas Hator não te poupe, para os demais em Osiris te revejam e naquele a ti reconheçam.

segunda-feira, junho 20, 2005

Os carrascos do diabo




Há tempos, alguém me comentou que achava ilógico a adoração de Cristo na cruz, atendendo que não fazia sentido adorar a situação em si, uma crucificação e todo o sofrimento inerente.
É de facto um raciocínio respeitável e no meu entender, seria lógico, se não fosse a mensagem aparentemente subjacente, ou seja, sobre o sacrifício do próprio Jesus, supostamente pela humanidade em tudo o que ela encerra, de bom e de mau.

O facto de alguém se sacrificar pelos outros, sempre me mereceu o maior respeito, o que acrescido da raridade de ocorrência, se torna em algo, cada vez mais incompreendido nos nossos dias. Entendo que o se sacrificar por alguém, constitui a mais nobre das acções, sobretudo se disso não se esperar benefício algum que não seja a da satisfação de bem ter feito (aquilo a que chamo realmente de “bondade”).

Ao longo da minha vida, foram raras as pessoas a quem efectivamente posso chamar de “boas”, pois muitas das vezes, a acções de pressuposta bondade sobrevem a verdadeira natureza de carrascos do diabo, em acções que clara e infelizmente, frequentemente reduzem as primeiras a sublimes mas esforçadas tentativas de cristandade diluídas em orações de devoção duvidosa que procuram esquecer o mal que não conseguem apagar.

Quantas são as mãos com dedos já tingidos pelo óxido da prata das contas dos rosários de devota estima, que se juntam às bocas cansadas dos beijos piedosos a crucifixos usados em doutas atitudes, quase sempre adornadas em piedosas poses de candura com vozes mansas de capa adocicada.

As mesmas mãos que ora ajudam quem se levanta, para logo depois apontarem em atitudes que a Pilatos fariam inveja e a Jesus envergonhariam num desalento de vão sacrifício e pregação.
As mesmas bocas que ora acalmam na dor, para logo com sábia manha , em enredos e intrigas que ensombrariam o pior dos Judas, para logo acusarem em sofrimentos dignos de uma Maria indefesa.

Quantos templos de maldade e de maledicência meu Deus, quantas hóstias e confissões sustentam almas que com os olhos postos em Deus, se vão aproximando do Diabo, que com gestos e olhares de vítimas, vão castigando em atitudes de carrascos, como se em vontades de salvação fossem destruindo o que antes queriam salvar.

Seja o tempo a purificar os templos da má fé e a verdade de uma justiça incontornável a submeter os agiotas de uma moral duvidosa.

domingo, junho 19, 2005

Felicidade

Quase todos nós fomos confontados várias vezes com o pedido de descrevermos o nosso conceito de "felicidade". Eis o que eu dei como resposta:

" Estar feliz é não desejar o minuto seguinte, com medo que o dia se acabe "

quinta-feira, junho 16, 2005

O círculo

É frequente ouvirmos as gentes dizerem "guardado está o pecado para quem o há-de comer" em ditos de, ora de resignação ao destino, ora de aparente sapiência sobre a inevitabilidade das consequências em função da natureza das causas.
A verdade é que de forma reiterada encontramos alguns de nós vagueando por experiências em teimosia do que pretendem querer, como berlindes num funil, rodopiando em círculos cada vez mais amortecidos no espaço que o tempo rouba, como se este durante a espera, nos deixasse partir na certeza porém de que iremos voltar.

ESPERA

Espera-te esse tempo que tens por dar,
Em voltas de caminhos por atalhos feitos,
E por sorte se acham os eleitos,
Que na mercê de sortes te vão encontrar,
E os que lá não possam estar,
Na má sorte se acharão enjeitos.

E na volta que à volta fizeres,
Em campos de trigo de ouro dourados,
Abraçarás tudo e todos por agrados,
Do pão que por bem houveres.
Nas mondas que por lá tiveres,
Semeadas aos que a ti se fizeram dados.

Rui @t Blog, 14-3-2003

O caminho

Por vezes encontramos pessoas cujo caminho não parece ser influenciado por nada a que atribuamos nós mesmo qualquer prioridade ou valor.
Assim, nesses casos, por vezes só nos resta estar atentos e olhar o percurso que fazem como se estivéssemos sentados calmamente à beira de um caminho observando passivamente enquanto os outros vão andando, mesmo quando são importantes para nós.

ANDANDO

Sinto os passos que não deste,
Neste andar tão devagar andando,
Que me atrevo de vez em quando.
A ver o caminho que fizeste,
Às vezes a pé, outras sonhando
Por que queiras ou por outro mando,
Que continuando te vai servindo de teste.

Abre as mãos onde os olhos se fecham,
Segue os passos que deste por andar,
Que mais se seguem por caminhar,
Antes que outros vejam,
O que ainda terás por dar,
E quando esse dia vier e chegar,
Por bem acharão os que lá estejam.


Rui @t Blog, 28-2-2003, 3-3-2003

Homenagem

São poucas as vezes que reconhecemos que alguém seja capaz de nos definir e mais raras ainda, as que admitimos terem sido feitas de forma arrebatadora e com encanto.
Porém da escassez surgem por vezes os que ousam alcançar o que aos demais o destino na sua divina ironia proibe e assim fazem colorir o cinzento de descrever alguém.
Assim aconteceu com alguém quando em desafio a actos comuns, me enviou o seu entendimento, em forma e saber, que a não menos que simples homenagem me obriga.
Este poema há-de acompanhar-me sempre. Parabéns Laura.

DESERT-SHADOW

És a sombra que erra no deserto em busca de Almas
Vestes as roupagens de qualquer passante
És o mimo de todos os gestos e esgares
Tens as dimensões que a luz te confere
Tanto és gigante como anão
És uma réplica alimentada pela luz.

A lágrima salgada que cai no rosto, não é tua!
A gargalhada solta a plenos pulmões, não foste tu que a criaste!
A dor, a alegria e todas as formas de emoção, não as sentes porque não são as tuas!

Sombra errante do deserto que caminhas sob um sol escaldante
Deixa que os teus passos te guiem para um qualquer oásis
Despe o manto onde escondes os teus medos
E nessa caminhada procura o teu verdadeiro rosto
Funde a tua sombra com o teu SER
Sê apenas e tão somente sombra de ti próprio!

Laura, 10-10-2002

Comecei a andar

Confesso que minutos atrás nem pouco mais ou menos acreditaria que viria a intervir num qualquer blog e menos ainda, iniciar algum.

Assim e como por vezes a chuva aparece inesperadamente de uma nuvem transparente qualquer, dei por mim aqui, partindo de um blog de alguém que na vénia a mestre, tal me clamando, me vai arremessando repetidos grãos de "ensinaduras" com que vou aprendendo.

Pois que em vénia de aprendiz me inclino perante os demais, em saudação íntima às mãos que me lançaram nestas artes, pedindo aos deuses bonança e bom augúrio nas falas e escritas com que em silêncios e gestos escritos, parto em demanda de mais dizer que falar.