terça-feira, dezembro 12, 2006

Justiça de amor

Reza a lenda que um dia duas mulheres afirmavam a maternidade de uma criança, reclamando-a por isso para cada uma delas, e que por isso, terão sido levadas diante de Salomão, o rei sábio da antiguidade, para que se fizesse justiça.
Perante o impasse, Salomão ordenou a um guarda, diante das mulheres, que cortasse a criança ao meio e desse metade a cada uma, ao que uma das mulheres se interpôs e pediu que então que não fizesse mal à criança e que em recurso, a entregasse à outra mulher.

Salomão, sabiamente como lhe era característico, reviu naquela mulher o amor que a fez abdicar do seu bem mais precioso para que a criança não fosse sacrificada, mesmo que isso significasse o seu sofrimento. Assim, ordenou que a criança fosse entregue à mulher que se prontificara a abdicar dela, reconhecendo-lhe o verdadeiro amor de Mãe.

Na realidade dos nossos dias, no julgamento vulgar onde nos encontramos frequentemente, muito provavelmente aquela mãe seria acusada de ter tentado enganar os demais ou até de abandono do filho, enquanto a criança seria provavelmente entregue àquela mulher que em silêncio aguardara a execução da criança, numa política de terra queimada.

Quantos de nós, somos por vezes uma daquelas mulheres e por outras aquela criança.
A justiça pode ser cega, mas quem julga não o deve ser.

3 comentários:

Anónimo disse...

Rui!!Nunca disse mas digo agora. Esta música gastou-se no meu leitor de cd's. Adoro-a!!! O texto. Sem comentários. Salomão era mesmo um sábio...beijos meus. Gosto muito de ti.

Anónimo disse...

Venho retribuir a tua vesita ao meu cantinho.
Uma boa semana
jinhos
Sereia

Anónimo disse...

O texto deixa-me sem palavras.
A entrega da nossa felicidade em troca da de outrém será sempre um acto de amor, onde a injustiça impera.
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A música,...
essa doi...
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Patinha