segunda-feira, fevereiro 27, 2006

Projecto Esperança - Porto XXI - Crianças desaparecidas

Aqui está um projecto, que dispensa outros comentários que o de um forte aplauso.
Parabéns ao autor.



Este cartão vai alternando aleatóriamente entre as diferentes crianças da nossa base de dados. Tem 3 botões, [+Info] para obter mais informação sobre a criança, [Foto] fotografia da criança e [Alert] que permite enviar qualquer informação que possa ajudar na sua localização.


SOS Crianças
Para mais informação visite o site da Policia Judiciária.
CONTRA A INDIFERENÇA!

Amizade no direito e no dever

- Se estivesse no teu lugar, já tinha partido o loiça toda. Não faz sentido o que te estão a fazer. Comenta ele ao amigo num ar de revolta contida pelo alheio da situação, que apesar de tudo, também lhe era próxima.
- Será que vocês não vêem que quem estão a castigar é a ele, não é mais ninguém ? Dirige então a revolta para a companheira, que num silêncio quase envergonhado se quedara até então.
- Não disseste sempre que ele era para ti como um irmão ? Não pudeste contar com ele sempre que precisaste ? Não foi ele quem te ajudou sempre que foi preciso ? E agora que ele precisa, porque não o ajudam ? Isso não faz qualquer sentido. Reitera ele o raciocínio que lhe alimenta a revolta.


- Olha, dirige-se ela ao amigo que perante tudo, se mantém no silêncio que a injustiça desconhece. Eu ajudo-te naquilo que precisares de mim, mas a ela não sinto vontade de a ajudar e não ajudo, pronto. Eu sei que não é fácil para ti, mas não posso fazer uma coisa de que não tenho vontade.

Aquelas palavras ficaram-lhe tão certas e definidas na memória, quanto a certeza de que ela facilmente as iria ignorar na próxima situação em que a necessidade de ajuda não se fizesse tardar.
Seria a amizade um direito que nos permite dizer o que sentimos, ou um dever de impor uma atitude solidária ao conforto de não fazer nada pelos outros ?

- Olha, eu não te pedi nada até agora, mesmo que tenha precisado e não vai ser agora que te vou pedir. As pessoas não mudam de opinião só porque lhes pedimos. Custasse o que custasse, mantive-me de pé e fiel aos meus princípios, dos quais não abdico. Muita gente gostaria de me ver caído ou de joelhos, mas essa mesma gente, na minha situação, provavelmente já teria sucumbido. Não me importa se me ajudas ou não, importa-me quem eu sou, e um dia talvez, se estiveres na mesma situação, então darás valor a tudo o que se está a passar, pois não sei se aguentarás o que eu suportei.

Respondeu-lhe assim, o amigo, mantendo o olhar directo e incisivo, com o sorriso que lhe vagueava nos lábios, daqueles sorrisos calmos que se ganham quando se tem a consciência limpa de se ter feito o que estava certo, mesmo que numa batalha solitária que uma razão, quando incontornável, não deixa perder.

Aquela resposta do amigo, além de selar a discussão, selou algo mais importante, o conhecimento das pessoas, que revelando-se nos direitos de uma amizade, se ocultam nos deveres que a mesma acarreta.
Ela era apenas, mais uma, entre muitas as pessoas que se revelam quando a vida decide levar-nos a exame, nem sempre com os melhores resultados. Ele, de qualquer modo continuaria pelo caminho que a consciência lhe ditara, o de ajudar os que dele precisassem, não por uma qualquer obrigação religiosa, que outros tão facilmente vira atraiçoar, mas por uma questão de princípio, ou talvez de vocação.

Pois, a vida não é algo que se ensina, mas algo que se aprende, ainda que nem sempre da melhor forma.

sábado, fevereiro 25, 2006

Obrigado Luisa e Isidro

A companhia dos amigos torna-se por vezes, desde a diferença nos caminhos que escolhemos até às escolhas nas situações mais dramáticas.
A solidariedade revela-se assim, o résteo alimento para a alma, quando o corpo já sucumbiu, vergando-se ao destino, que sem razão, o impede de dizer não.
Obrigado Luisa e Isidro pela companhia, pela solidariedade e pela amizade.

Au bord de la mer
la vie se tourmente comme les vagues
dans un vol calme de lumière.
Oú le cris triste d’une mouette
s’éparpille dans le vent.

Et tout près de toi,
je n’ai que des mots pour te dire,
ne me quittes pas.


O autor não autoriza a reprodução total ou parcial da imagem aqui exposta.

Assalto à mão "governada"

Não pretendo discutir agora nem a bondade nem a justiça do IVA. Não pretendo discutir nem a necessidade do Estado nem a coerência da aplicação daquele imposto.
Mas, imaginem-se como gestores de uma empresa que presta serviços ou vende bens, numa postura séria e profissional: Imaginem que forneceram bens ou serviços, na forme e termos acordados com os vossos clientes, e que estes, numa atitude inesperada ou até pouco séria não vos pagam as facturas que justa e oportunamente enviaram.

Pois, aí começam os problemas. Quem forneceu os bens ou os serviços, para além de ter suportado em avanço o custo dos mesmos, terá de pagar ao estado IVA correspondente aos mesmos, apesar de ainda não ter recebido do cliente. Este no entanto, e apesar de não ter cumprido a sua obrigação contratual, ou seja, pagar, pode de imediato contar com as facturas para deduzir o mesmo IVA ao Estado.

Para agravar um pouco esta situação, imaginem que o desafortunado fornecedor está em início de actividade, ou seja, já contraiu dívidas na aquisição dos bens ou serviços a fornecer, não recebeu o que lhe era devido pelo fornecimento que fez e ainda por cima, tem de dar ao Estado o valor do IVA que não recebeu e se o não fizer, o Estado ainda o multa e cobra juros de mora.

Resumindo, em toda esta transacção, o único desgraçado honesto foi quem se prejudicou, pois tem de pagar aos seus fornecedores, não recebeu do cliente e se não paga ao Estado, o qual numa atitude mafiosa, nem quer saber porquê e ainda lhe penhora os bens numa situação de que não é culpado.

Qualquer um de nós se perguntará se isto é novo para os ministros das Finanças, primeiros-ministros e demais acólitos que têm desfilado nos sucessivos governos. Claro que não é, pela clara evidência da injustiça desta situação, que infelizmente é comum.
Mas pensem também que aconteceria aos milhões de euros de IVA que o Estado toma de assalto vindos das facturas que o próprio Estado tarda a prazo indefinido, a pagar aos seus fornecedores ? Não assume aqui o Estado um papel pernicioso, ao favorecer os incumpridores, em prejuízo dos cumpridores ?

Isto leva-me a supor que em vez de "Imposto sobre o Valor Acrescentado" o Estado lhe chamará internamente de "Indiferentes Vamos Assaltando".

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Poesia nos Blogs

O nosso colega Jorge Castro do blog Sete Mares está a liderar uma iniciativa no dia 4 de Março, digna do maior apreço e adesão, a que são convidados os que tal desejam.
A iniciativa “A poesia nos blogs”, procura difundir aquilo que de melhor cada um sente de si, na forma cantada em silêncio, isto é, na forma de poesia.

As peças poéticas apresentadas no encontro (duas por inscrição) constituirão o acervo que integrará a feitura de um (ou dois, se a quantidade o justificar) volumes do projecto de “literatura de cordel” da Editora Apenas Livros, Lda. (na colecção Literatralha Nobelizável), garantindo a editora, após publicação, um preço protegido por exemplar, sobre o preço de capa, a cada autor.

Dou o maior apreço e apoio tal iniciativa, e embora sinta os apelos que reclamam de mim presença, peço transportem a lembrança, porquanto estiverem presentes, presente também me sentirão, enquanto os recordando também, resto onde e no que sou, uma sombra no deserto que se forma e desforma em areia ao som do silêncio e ao sabor do vento.

Nota: Clicar sobre o título para aceder a informação sobre o evento.

Dia de São Valentim


O tempo corre qual vento no deserto procurando varrer as memórias que obstinadamente teimam em ficar e as dunas tomam a forma de cada mulher que conheci num namoro constante que só o silêncio conhece.

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Tá maluco sr. deputado

De acordo com uma notícia de um jornal diário, o PSD-Madeira solicitou a avaliação das faculdades mentais do deputado do PS, João Carlos Gouveia, na sequência da intervenção deste deputado na Assembleia Legislativa da Madeira, na qual teceu fortes críticas ao executivo e ao sistema judicial madeirenses, afirmando que reina uma oligarquia criminal na Madeira e que existe uma usurpação do poder democrático, fora do controlo constitucional, à margem da lei, sobrepondo-se aos diferentes órgãos de soberania.

Não me importa se aquele deputado é do PS, do PSD ou de qualquer outra força partidária. Importa-me sim que alguém, sem rodeios nem meias palavras e aparentemente sem qualquer compostura de influência, de dedo bem esticado no apontar a quê e a quem, diz o que pensa e dispõe-se ao julgamento público por isso.
Importa-me sim, relembrar quando os políticos eram homens (e mulheres também) e em que isso significava honra e discernimento e em que a palavra se sobrepunha a interesses circunstanciais.

Solicitar a avaliação das faculdades mentais a quem, de alta e boa voz diz o que pensa e o que se passa (supondo a validade das acusações, baseada em factos concretos) é solicitar a avaliação das faculdades mentais de um povo que suporta gente há anos situações que em nada dignificam a classe política nacional nem aos que os sustentam.
De facto é preciso não estar bom da cabeça para alimentar algumas situações.