Sabedura do Deserto
Eis que me apresento a vós cristandade e mouraria, de meu nome Sheikh Al-Ali Taj Mahal Hamas Adhir Hassim, um vosso criado e figura importante do jet-set, ou seja do camel-set deste deserto, onde as dunas dão vida a este blog.
Quiseram os deuses que periodicamente vos venha comentar de faladura sábia, assim o profeta me inspire.
Sabor a romãs no deserto ...
Pois assim foi, botei os arreios no camelo e fiz-me às caravanas bloguísticas. Passaram luas de caminho sereno, onde o sol me açoitou o cabedal e o couro cabeludo que deste, na verdade se vai rareando, pr'a grande gozo do camelo que acha mais pêlo na cauda do que eu nas latitudes acima dos ombros.
De cansado me encontrara e da areia farto, que teimosa se agarra a tudo quanto alcança, mesmo nos momentos mais íntimos de alívio, moendo-me em comichões dignas de um mártir.
Eis que do alto da bossa da montada avisto fruta madura e rubra quais faces de donzela envergonhada em dia de guloseima. Eram romãs, suculentas, sadias e poéticas que no mais frágil dos cestos brilhavam o blog da Paula. Eram assim, na tribo, conhecidas pelas Romãs de Paula.
Pelas barbas do profeta, pelas almas do deserto e pela comichão que me assola. Acha-se ali ela, em palácios de poesia, num anúncio de uma mulher como as outras, que à cautela avisa caminhar a 300 por cento, enquanto nos embala em poemas das 1001 noites, ou seja 1000 noites porque uma fica de caução, não fosse eu fugir com a mobília.
Dei-me assim por amores por aquela escrita de poesia, que muitos mais comigo se acharam em comentários, onde os nobres filhos da mesma, Rita, Bruno e Gustavo , ganham assento de privilégio na devoção à dança do ventre, donde brotam as palavras em saques de rimas, capazes de encantar até o mais renitente dos dromedários.
Achei-me então de conversa com os céus, sobre tal moura encantada e seus amores, na inquietude de pensar como seria para estes, caminhar no deserto com uma mulher daquelas.
Aquele cabelo da cor e o ondular das dunas, enfeitando uns olhos da mesma cor, capazes de enfeitiçar o mais maricas dos homens e fazer ajoelhar o mais paralítico dos infiéis.
Oh pobre camelo e companheiro, quanto esforço por seguir uma mulher que anda a 300 por cento desafiando a mais resistente das sandálias, até que se gastassem as já curtas pernas, no risco de arrastar os ditos pelo chão.
Oh inclemência do além que no feitiço atormentas em deleites de odalisca com tal escrita aos que ousam chegar a tal oásis de poesia.
(este post é dedicado à Paula Raposo e ao seu blog onde a sensibilidade e a inteligência denunciam uma mulher, que de facto, não é como todas as outras)